Vanessa Passos
Best-seller: bom ou ruim para o mercado literário? Depende.
Há um grupo que acredita que todo best-seller é ruim, é literatura de massa, comercial demais e sem valor literário, porque para eles literatura boa mesmo, de qualidade, não é lida, é inacessível e para poucos iluminados, aqueles capazes intelectualmente de acessar o inacessível, o incomensurável.
Me faço algumas perguntas: Por que livros de não ficção vendem mais? Por que autoajuda vende mais no Brasil? E uma das respostas a qual cheguei é que a “alta literatura” sempre demonizou o marketing, acreditando que se o livro é bom mesmo ele se venderá só, sem divulgação nenhuma.
Faz-se uma pré-venda, um lançamento, uma divulgação mínima para o escritor ou escritora não pegar a pecha de comercial demais, e acabou. Sobram então as reclamações sobre não ser lido, sobre o fato de o Brasil ser um país que lê pouco e não valoriza a cultura.
Sim, eu sei que existem diversas questões sociais e históricas neste panorama. Mas estou fazendo um recorte para dizer, com todas as letras, que a literatura (a de ficção) tem sim um histórico de comportamento elitista e pedante, e isso não se pode negar.
Eu me recordo de estar no Doutorado em Literatura na Universidade Federal do Ceará e ouvir um “colega” dizer para uma estudante da graduação que ela não poderia ler Proust, O caminho de Swann. Que ela ainda não tinha nível intelectual suficiente para ler aquele autor. É, eu fiquei chocada e com nojo também.
Mas voltando para a questão do marketing, os livros de não ficção não se sentem sagrados, os autores não se sentem gênios ou seres iluminados. Eles, além de escrever, divulgam, divulgam e divulgam incansavelmente seus livros. Resultado: lista de mais vendidos (que o PublishNews sempre divulga por aqui).
E se tem algo que entendo é que o livro não tem poder nenhum se ficar pegando poeira na estante. Vender livros é sinônimo de ter leitores. Isso não diminui a qualidade do texto literário. Temos, na literatura brasileira, Itamar Vieira Junior, com mais 400 mil exemplares vendidos, Carla Madeira, que venceu o Prêmio Recordista, com mais de 100 mil exemplares vendidos, a escritora premiada Aline Bei, que também é um fenômeno de vendas. Quem pode dizer que os livros deles não tem qualidade literária?
Pois bem, o marketing é demonizado. Eu mesma já ouvi que o meu marketing é muito agressivo (e isso é pauta para outra coluna). Mas eu sigo com a consciência tranquila de que eu tenho conseguido levar meus livros para mais e mais pessoas e conseguido divulgar literatura brasileira. Inclusive, em apenas 6 meses, meu romance A filha primitiva, vencedor do Prêmio Kindle de Literatura e Prêmio Jacarandá, publicado pelo selo José Olympio, do Grupo Editoral Record, chegou na 3° edição e já são quase 2.000 avaliações na Amazon.
Agora me conta, para você, divulgar e vender livros é bom ou ruim?
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